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Tema: Editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado no dia 22/04/2018

A Diretoria-Executiva da Embrapa cumpre seu dever de trazer a público esclarecimentos em relação ao editorial do jornal O Estado de S.Paulo, de hoje, 22 de abril de 2018, cujo conteúdo contém graves erros factuais e de interpretação:


1.  A Embrapa conta com 42 unidades de pesquisa e não 44 conforme equivocadamente informa o Editorial do jornal. Entre 1995 e 2000, o atual presidente da Empresa, Maurício Lopes, atuava na Embrapa Milho e Sorgo, em Minas Gerais, e depois como chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, e não na Diretoria da Empresa, como erradamente informa o Editorial. Maurício Lopes assumiu a Diretoria-Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa somente em abril de 2011, nove anos após a implementação dos macroprogramas pela Embrapa. É lamentável que um veículo do porte de O Estado de S. Paulo leve, em editorial, desinformação aos seus leitores;


2.  A grande maioria dos gestores e colaboradores da Embrapa tem manifestado amplo apoio às mudanças em curso na Empresa. Elas estão sendo feitas há mais de um ano, com o envolvimento de todas as unidades descentralizadas e buscam aperfeiçoar o sistema de pesquisa da Empresa, adaptando-o às necessidades atuais da sociedade e, em particular, da agricultura brasileira;


3.  Nossas equipes, nesta fase de transformações e ajustes para uma sociedade em permanente mudança, mantêm-se atuantes em todo o Brasil, em parceria com uma enorme rede de instituições e lideranças de todos os tipos – parlamentares, dirigentes públicos, pesquisa, extensão, organizações de produtores, atores das diferentes cadeias produtivas. Esses grupos ajudam a definir as prioridades da Embrapa e também auxiliam a identificação de demandas e de soluções para a agricultura brasileira;


4.  A Embrapa atua com um vasto número de culturas e sistemas de produção. Nenhuma empresa de pesquisa agropecuária no mundo mantém mais de 80 programas de melhoramento genético diferentes, abordando grãos, pastagens, frutas, hortaliças, mandioca, espécies florestais, pecuária e aquicultura, para diferentes regiões e biomas brasileiros, que geram conexões imediatas com centenas de projetos na fronteira do conhecimento, em áreas como biotecnologia, nanotecnologia, automação, agricultura de precisão, transformação digital, etc. Ao mesmo tempo, a Empresa participa de projetos e ações com forte impacto na redução da pobreza e na inclusão social, em especial no Nordeste e no Norte do Brasil, por meio de conhecimentos e tecnologias como as barraginhas, a fossa séptica biodigestora, o controle da aflatoxina na castanha-do-Brasil, entre diversas outras iniciativas;


5.  Assim como ocorre com diferentes órgãos públicos brasileiros, a Empresa passa por período de contingenciamento orçamentário. Apesar disso, mantém suas pesquisas prioritárias e a regularidade na entrega de soluções para a agricultura brasileira. Mesmo com os desafios e dificuldades, a Embrapa e seus parceiros públicos e privados continuam dando contribuições relevantes para os agricultores brasileiros e, devido a esse fato, têm tido amplo reconhecimento nacional e internacional;


6.  Uma das consequências da vasta e ativa rede de parcerias da Embrapa está na consolidação de uma série de impactos positivos para o agricultor brasileiro. Entre eles estão a adoção em larga escala de sistemas integrados ILPF; o inédito sistema de zoneamento de risco climático que dá apoio ao sistema de crédito e seguro agrícola; as tecnologias do Plano ABC – inédita política de agricultura de baixo carbono, sem igual no mundo; as contribuições ao Código Florestal; o processo de inteligência territorial e macrologística da agropecuária, além, é claro, de um grande número de soluções que periodicamente são entregues para os produtores rurais e integrantes das diferentes cadeias produtivas;  


7.  A interação da Empresa com o setor privado e com o mundo do empreendedorismo é crescente e robusta, como atestam a Rede ILPF – em parceria com diversas empresas privadas brasileiras; a Unipasto, rede que distribui variedades de forrageiras desenvolvidas pela Embrapa no Brasil e no exterior; o Hackaton Ideas for Milk, que dissemina conhecimentos da Empresa em suporte à transformação digital no campo por jovens empreendedores e startups, além de centenas de acordos de cooperação com grande número de empresa nacionais e multinacionais atuando no agro brasileiro;


8.  Além disso, a Embrapa continua seu esforço de aproximação com o setor privado e de garantir fontes alternativas de recursos para dinamizar os processos de inovação. Neste momento, a Embrapa negocia com o Congresso Nacional duas frentes importantes: a criação da EmbrapaTec, subsidiária que vai permitir mais agilidade comercial sem ferir princípios e compromissos de uma empresa pública; e os fundos patrimoniais, que poderão financiar melhorias da infraestrutura e ações estratégicas, sem colocar em risco o patrimônio da Empresa, que pertence à sociedade brasileira;


9.  As mudanças recentes na estrutura organizacional da Embrapa buscam ajustar o modelo de gestão para dar maior flexibilidade, agilidade e conexão com os setores produtivos. Ao mesmo tempo demonstraram ser capaz de reduzir custos e garantir melhoria da eficiência no uso dos recursos constantes em seu orçamento. Como parte do ajuste orçamentário recente e de mudanças legais, os laboratórios da Embrapa no exterior (Labex), por exemplo, estão em processo de readequação para fortalecimento. Ainda assim, permanecem dando continuidade à articulação imprescindível com instituições internacionais de Inovação e hoje têm fortalecidas suas ações de apoio à Empresa e a instituições brasileiras de C&T em suas demandas aos pares no exterior;

 

10. Parcerias com instituições de ensino em todo o País fazem com que nossos centros de pesquisa participem na formação de milhares de jovens estudantes de graduação e pós-graduação, que encontram nos laboratórios e campos experimentais da Embrapa cenário fértil para o desenvolvimento e aprimoramento de suas teses e trabalhos acadêmicos. A Empresa contribui ainda na qualificação dos agentes de extensão rural e assistência técnica, num esforço conjunto para que as soluções tecnológicas sejam compartilhadas com eficiência com os agricultores;


11.  As mudanças em curso na Empresa buscam, entre outros objetivos,  agilizar e qualificar o processo de inovação, ampliando a participação do setor agrícola na identificação de demandas e na solução de problemas de pesquisa. As mudanças tiveram início no final de 2016 com total apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo é preparar a Empresa para um cenário que exige ainda maior presteza nas respostas aos agricultores e à sociedade e menores custos de transação nas operações administrativas;


12.   Até o momento, dezenas de colaboradores de diferentes centros de pesquisa atuaram como força-tarefa, analisando a situação atual e os cenários futuros e entrevistando gestores e demais empregados para captar expectativas e contribuições.  Opiniões diversas e recentes dos inúmeros atores do setor produtivo têm sido compartilhadas com a Empresa de duas formas. A primeira são os canais permanentes de comunicação entre gestores, pesquisadores e demais empregados que pela natureza de seu trabalho estão em constante contato com produtores, assistência técnica, governo, demais parceiros e também instituições de classe. Esses canais  e esses colaboradores trazem para a Embrapa as demandas, as críticas e as expectativas desses profissionais em consultas pontuais - como agora em momento de mudança - e durante a fase de planejamento anual da Empresa. A segunda é  uma iniciativa inovadora da Embrapa, que gera, a partir de 2013,  o Documento Visão, para guiar a Empresa conforme os cenários futuros e as demandas atuais. A versão atualizada do documento Visão (2018-2030) será lançada durante o aniversário da Embrapa neste dia 24 de abril e foi aperfeiçoada para guiar as ações da Empresa à luz dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU;


13.   Opiniões e críticas construtivas modelaram o processo de decisões na história desta Empresa. Elas ajudaram a construir a Embrapa, a corrigir rumos e a redirecionar atos de gestão e governança. Agradecemos, portanto, críticas construtivas baseadas em informações corretas e ficamos à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário.


Diretoria-Executiva da Embrapa